🥼 Querendo ou não, a endocrinologia já provou em diversas evidências de que a obesidade é uma doença crônica recidivante. Ou seja, o seu metabolismo “se acostuma” com o maior peso que você já teve. Nesse caso, as diretrizes atuais recomendam medicamentos antiobesidade adjuvantes para promover a redução de peso, facilitar a manutenção do peso e ainda melhorar os resultados de saúde em pessoas com obesidade.
Muitos estudos já demonstraram a volta do ganho de peso em pacientes que retiraram os medicamentos anti-obesidade de sua rotina.
A tirzepatida é uma molécula única que combina a agonismo do receptor de GIP e GLP-1, e a ação dessas incretinas promovem efeitos sinérgicos sobre o apetite, ingestão de alimentos e função metabólica.
- Sim! Ele é um agonista do GLP-1, da mesma classe que o ozempic e wegovy, que tem a semaglutida como componente. Esse, agora, é vendido sob o nome comercial Mounjaro, já tratamos dele por aqui!
Em um estudo controlado por placebo com participantes com obesidade ou sobrepeso sem diabetes, a tirzepatida levou a reduções médias de peso de até 20,9% após 72 semanas de tratamento. E agora, essa droga recebe novamente o protagonismo.
Estamos nos referindo a esse ensaio clínico randomizado da JAMA, cujo objetivo foi investigar o efeito do tratamento contínuo com a tirzepatida, na manutenção da redução de peso após um período inicial de tratamento em regime aberto.
Metodologia
O estudo foi realizado em 4 países, com uma amostra na qual os pacientes tinham obesidade (IMC > 30kg/m2) ou sobrepeso + algum sinal de complicação, sem que essa fosse a diabetes.
783 inscritos em um período inicial em regime aberto receberam uma dose máxima tolerada de tirzepatida(10 ou 15 mg) subcutânea uma vez por semana durante 36 semanas. Na semana 36, um total de 670 participantes foram randomizados (1:1) para continuar recebendo tirzepatida (n = 335) ou mudar para placebo (n = 335) por 52 semanas.
O desfecho primário foi a variação média percentual no peso da semana 36 (randomização) até a semana 88. Os desfechos secundários incluíram a proporção de participantes na semana 88 que mantiveram pelo menos 80% da perda de peso durante o período inicial.
Aos resultados
Desfecho primário: a mudança média percentual de peso da semana 36 para a semana 88 foi de -5,5% com tirzepatida versus 14,0% com placebo
Desfecho secundário: 300 participantes (89,5%) que receberam tirzepatida após 88 semanas mantiveram pelo menos 80% da perda de peso durante o período inicial, em comparação com 16,6% que receberam placebo
- A redução média de peso geral da semana 0 para a semana 88 foi de 25,3% para tirzepatida e 9,9% para placebo.
Mas como tudo tem seu lado ruim: os eventos adversos mais comuns foram principalmente eventos gastrointestinais leves a moderados, que ocorreram com mais frequência com tirzepatida em comparação com o placebo.
🥼 Análise crítica: O estudo teve bom valor preditivo, e os resultados apresentaram alto poder estatístico. Mais uma vez, está claro que interromper o medicamento anti-obesidade leva a ganho ponderal. Não se deve, no entanto, ignorar os efeitos colaterais na adoção ou não do medicamento ao seu paciente!
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