Artéria Gastroduodenal é a grande fonte da hemorragia pós-pancreatectomia?

pancreatectomia é um procedimento complexo realizado frequentemente para tratar câncer de pâncreas.

A hemorragia pós-pancreatectomia (HPP) é uma complicação rara, mas grave, desse procedimento. Apesar de ser relativamente rara, está associada a altas taxas de morbidade e mortalidade, causas de reoperação e intervenções endovasculares após a PD.

As evidências clínicas frequentemente levantam suspeitas sobre o coto da artéria gastroduodenal como causa da HPP, devido a sua localização anatômica, mesmo sem uma fonte clara.

embolização arterial seletiva é uma estratégia comum para controlar a HPP. No caso específico da AGD, a embolização pode ser utilizada para tratar pseudoaneurismas ou erosões vasculares, mas está associada a efeitos colaterais graves, como o infarto hepático.

Diante desse cenário, este artigo da JAMA Sugery buscou determinar a frequência de sangramento da artéria gastroduodenal em comparação com outros locais, e os resultados das estratégias de mitigação.

  • Essa coorte envolveu uma análise retrospectiva de dados de pacientes consecutivos que realizaram pancreatoduodenectomia de 2011 a 2021, em dois grandes hospitais, referências no procedimento.

Foram analisadas a incidência, localização, tratamento e desfechos de hemorragias primárias (iniciais) e secundárias (recorrentes) que necessitaram de intervenção invasiva.

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Diminuindo o viés de confusão, o estudo ainda contou com estudos de imagem foram revisados novamente por radiologistas intervencionistas para confirmar os locais.

O estudo contou com 3040 pacientes. E os resultados demonstram que:

  • A hemorragia primária esteve presente em 90 pacientes, sendo a artéria gastroduodenal acometida em 15 desses eventos (16,7%);
  • A hemorragia secundária esteve presente em 23 pacientes, sendo a artéria gastroduodenal presente em apenas 4 (17,4%);

De todos os eventos de hemorragia (117), 19 deles foram fontes da artéria (16,2%).

Por fim, a embolização empírica da artéria foi necessária em 23 pacientes, sendo que 5 deles morreram em 90 dias por complicações.

O que você vai levar de conhecimento desse artigo?

  • A hemorragia pós-pancreatectomia é incomum, mas variada, com a artéria gastroduodenal responsável por uma minoria dos eventos hemorrágicos.
  • A embolização ou colocação de stent empírica na AGD, sem sinais claros de hemorragia recente, foi associada a significativa morbidade e ressangramento, e não deve ser prática rotineira.
  • O tratamento bem-sucedido da hemorragia pós-pancreatectomia requer uma avaliação cuidadosa de todas as fontes potenciais, mesmo após a mitigação da artéria gastroduodenal.

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