Se alguma coisa de positivo a pandemia trouxe, foi a tecnologia de vacinas com RNA mensageiro. Apesar de já existir antes da COVID, foi durante esse período difícil que ela foi melhor desenvolvida e hoje podemos ver o resultado desse esforço científico em outras áreas da saúde.

E parece que mais uma aplicação das vacinas de RNAm está chegando: vacinas contra melanomas.

Lembra o que são melanomas?

O melanoma é um tipo de câncer de pele que acomete nossas células produtoras de melanina, os melanócitos. Apesar de ser o câncer de pele mais frequente no Brasil, 70% deles são superficiais, surgindo como manchas e/ou pintas escuras. Podem surgir também como pintas, verrugas, nódulos, etc.

Como podemos identificar um melanoma?

Como dificilmente ele causa sintomas, usamos um mnemônico para lembrar das principais características dele: ABCD

• A de Assimetria
• B de Bordas irregulares
• C de coloração (variedade de cores)
• D de Diâmetro (normalmente maior do que um fundo de um lápis

Depois dessa rápida revisada, vamos voltar à notícia de hoje. As empresas Moderna e Merck apresentaram os resultados de um estudo que juntou uma vacina de RNAm, cujo mecanismo de ação já conversamos em edições anteriores, com uma droga da Merck chamada de KEYTRUDA, ou pembrolizumab.

Nesse estudo de fase 2b, os pacientes apresentavam melanoma de alto risco após ressecção completa e foram acompanhados por 3 anos.

Vamos aos resultados:

• A associação da vacina com o medicamento reduziu em 49% o risco de recorrência ou morte se comparado ao uso isolado do medicamento.
• Também reduziu o risco de metástases à distância em 62% comparado ao uso do medicamento isolado.
• A associação dessas duas terapias não aumentou o efeitos adversos do medicamento isolado, sendo os mais comuns fadiga, dor no local da injeção e arrepios.

Após esses resultados promissores, vamos aguardar as próximas fases do estudo, que deve ocorrer em julho desse ano. Segundo o diretor geral da Moderna, poderemos ter a vacina contra o melanoma por volta de 2025.

Interessante pensar que não é somente a Moderna que vem desenvolvendo vacinas contra o câncer. Será essa a nossa cartada final contra o câncer?