Mudança no escore de risco GRACE prevê melhor desfecho cardiovascular

Essa vai para quem gosta de cardio e dos seus infinitos escores e guidelines.

  • Mas por que eles existem? Para deixar a decisão médica o mais objetiva possível, facilitando condutas, evitando erros e melhorando a sobrevida do paciente.
  • De onde surgiram? De grandes estudos científicos que provaram sua importância, eficácia e aplicabilidade prática.

Dentre eles, um que tem grande relevância é o GRACE ACS RISK SCORE.

Trata-se de uma forma de calcular o risco de morte cardiovascular nos próximos 6 meses para um paciente com doença coronariana aguda.

Para os amadores: a DAC (doença coronariana aguda) é uma condição frequente e grave, que consiste em uma isquemia/necrose do músculo cardíaco por obstrução total ou parcial das artérias coronárias. Ela pode ser classificada em angina estável, angina instável e infarto agudo do miocárdio. 

E o GRACE é importante para dividir os pacientes de acordo com sua gravidade, o que possibilita reservarmos as condutas mais agressivas para os que têm risco mais alto.

O escore é simples, e conta com apenas 8 perguntas (dá pra preencher em 1 minuto).

Uma das perguntas é: “o paciente tem alteração nas enzimas cardíacas?” Aí você pode responder SIM ou NÃO.

O problema → já se provou que os níveis de troponina (enzima cardíaca mais usada como marcador de necrose miocárdica atualmente) estão intimamente relacionados com o prognóstico do paciente.

  • quanto maior a troponina, maior a mortalidade

E esse valor numérico não é considerado pelo GRACE, já que no escore a pergunta das enzimas cardíacas é uma resposta de sim ou não.

Por isso, pesquisadores decidiram mudar o escore e passaram a incluir nele o valor numérico da dosagem de troponina altamente sensível, criando um escore de GRACE modificado.

este estudo publicado na JAMA Cardiovascular provou que o novo escore previu melhor a mortalidade geral, em 30 dias e em 1 ano!

Sim, tendência é mudarmos o GRACE de uma vez por todas.

Análise crítica: às vezes tomamos um guideline ou um escore como uma lei – que não pode ser mudada e que sempre está certa. Esse estudo vem para mostrar que no meio médico tudo tem como melhorar, inclusive as calculadoras de risco mais objetivas.

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