Danos colaterais: a crise de saúde reprodutiva negligenciada em zonas de conflito.
Por: National Center for Biotechnology Information
Saúde Reprodutiva. 27 de dezembro de 2024; 21(1):198. doi: 10.1186/s12978-024-01941-8.
RESUMO
Regiões afetadas por conflitos enfrentam graves desafios de saúde reprodutiva que impactam desproporcionalmente as adolescentes e mulheres jovens (AGJ) e crianças, que são especialmente vulneráveis devido à desestruturação dos sistemas de saúde e ao acesso limitado a serviços essenciais. As AGJ estão em alto risco devido ao acesso restrito a planejamento familiar, cuidados pré-natais e serviços obstétricos de emergência, enquanto as crianças enfrentam desnutrição, surtos de doenças e atrasos no desenvolvimento. Esses desafios têm consequências profundas a longo prazo tanto para o bem-estar físico quanto psicológico desses grupos. Este comentário explora as causas subjacentes dos desafios de saúde reprodutiva em zonas de conflito, incluindo o colapso da infraestrutura de saúde, aumento da violência sexual, deslocamento forçado e as vulnerabilidades específicas enfrentadas pelas AGJ e crianças. O comentário destaca a necessidade urgente de intervenções que abordem lacunas imediatas e sistêmicas na assistência à saúde reprodutiva, especialmente para AGJ e crianças. É proposto um quadro político único, integrando intervenções de saúde reprodutiva de emergência, como clínicas móveis e kits de saúde de emergência, com estratégias de longo prazo para reconstrução de sistemas de saúde. O quadro enfatiza abordagens sensíveis ao gênero e específicas para o contexto, assim como investimentos sustentados em infraestrutura de saúde para lidar de maneira eficaz com esses desafios e mitigar os efeitos a longo prazo sobre populações vulneráveis. Alinhando-se com diretrizes globais e regionais, incluindo o Grupo de Trabalho Interagências sobre Saúde Reprodutiva em Crises (IAWG) e o Pacote de Serviços Iniciais Mínimos (MISP), o comentário defende a incorporação da saúde reprodutiva em todas as fases da ação humanitária, desde a resposta de emergência até a recuperação. Essa abordagem integrada oferece recomendações acionáveis para melhorar o bem-estar das AGJ, crianças e outras populações vulneráveis, promovendo avanços sustentáveis nos resultados de saúde reprodutiva.
PMID:39731091 | DOI:10.1186/s12978-024-01941-8