Medicamento para alergias alimentares!

Você tem alguma alergia alimentar? Espero que não. Porém, se tiver, você está muito acompanhado! A alergia alimentar afeta até 8% das crianças e 10% dos adultos nos Estados Unidos, e uma grande porcentagem (30 a 86%) das pessoas afetadas são alérgicas a múltiplos alimentos.

Evitar alimentos é fácil, mas o tratamento dessas alergias é escasso. Apenas um tratamento foi aprovado pela Food and Drug Administration, um produto de imunoterapia oral para alergia a amendoim. No entanto, para os pacientes que sofrem de alergia por múltiplos alimentos, uma estratégia terapêutica seria de suma importância.

Daí vem o tal do Omalizumabe

💊 Nunca ouviu falar? Omalizumabe é um anticorpo monoclonal humanizado IgG1 derivado de DNA recombinante, que se liga especificamente à imunoglobulina E humana (IgE) livre no sangue e no fluido intersticial, bem como à forma de IgE ligada à membrana (mIgE) na superfície de linfócitos B. Seu principal efeito adverso é a anafilaxia. Essa medicação, injetável, é utilizada para formas alérgicas persistentes de asma, pólipos nasais e urticárias.

ensaio clínico randomizado ao qual tratamos hoje foi publicado na NEJM, e se trata em um estudo fase 3, que tem a finalidade de avaliar mais completamente a segurança e eficácia do Omalizumabe para pacientes alérgicos a múltiplos alimentos.

  • Os participantes tinham entre 1 e 55 anos de idade, e tinham alergia a amendoim e pelo menos dois outros alimentos especificados pelo estudo. Na inclusão, foi considerada a reação ao se alimentar de 100mg de pasta de amendoim e 300mg ou menos de outros dois alimentos.

Pacientes foram randomizados 2:1 para receber Omalizumabe ou placebo, via administração subcutânea, a cada 2 a 4 semanas por 16 a 20 semanas. O desfecho primário foi a ingestão de pasta de amendoim em uma única dose de 600 mg sem esboçar sintomas limitantes de dose. Ou seja, comeu, não passou mal, era o objetivo.

E os resultados

Foram 180 randomizados, esmagadora maioria crianças e adolescentes. Desses, 118 receberam Omalizumabe, e 59 o placebo.

  • Quanto ao desfecho primário, 67% dos participantes do grupo Omalizumabe atingiram os critérios do ponto final primário, em comparação a 7% daqueles no grupo placebo.

Além disso, aqueles que não esboçaram intolerância ao consumo de castanha de caju, leite e ovo, configurando alguns dos objetivos secundários, foram consistentes com os do ponto final primário (castanha de caju, 41% vs. 3%; leite, 66% vs. 10%; ovo, 67% vs. 0%).

Portanto, eis a conclusão do estudo: em pessoas tão jovens quanto 1 ano de idade com múltiplas alergias alimentares, o tratamento com Omalizumabe por 16 semanas foi superior ao placebo em aumentar o limiar de reação para amendoim e outros alérgenos alimentares.

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